quinta-feira, 7 de abril de 2016

DEPENDÊNCIA EMOCIONAL CAUSA VIOLÊNCIA DE GÊNERO

A violência doméstica é um problema universal que atinge milhares de pessoas, geralmente de forma dissimulada e silenciosa. Estima-se que a violência contra a mulher tenha proporções epidêmicas no mundo todo. "A vítima, quase sempre, tem autoestima baixíssima e se encontra atada na relação emocional ou material", afirma João Nunes, psicólogo e acadêmico de direito de Campina Grande.

Trata-se de amarras psicológicas, muitas vezes fortes e de difícil resolução. Também é muito comum que o agressor responsabilize a vítima pela agressão, o que gera sensação de culpa e vergonha, potencializando o sofrimento. A dor também é acompanhada da sensação de violação e traição, já que o agressor promete que nunca mais irá repetir este tipo de comportamento. Mas as agressões não param. Há casos que viram rotina, reduzindo a vítima a mais desprezível humilhação. Por quê a mulher se submete e suporta toda essa condição? A resposta: dependência emocional.

Estudos demonstram que as razões emocionais são mais determinantes do que as razões financeiras ao impedir que um dos cônjuges (geralmente a mulher) se desligue do relacionamento, aceitando a violência crônica, que tanto pode ser física como psicológica. E às vezes a agressão emocional é até mais prejudicial que a física, porque embora não deixe marcas corporais visíveis, causa cicatrizes para toda a vida.

A violência psicológica é caracterizada por rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. Neste caso, o agressor tem prazer quando o cônjuge se sente inferiorizado, diminuído e incompetente.

A mais terrível forma de agressão emocional é aquela dissimulada, em que o agressor faz a vítima se sentir inferior, dependente, culpada ou omissa. Outra atitude cruel é quando o agressor faz tudo corretamente, impecavelmente certo, não com o propósito de ensinar, mas para mostrar ao outro o tamanho de sua incompetência. Normalmente a violência psicológica dissimulada é cometida pelo homem em relação aos filhos, quando as crianças apresentam comportamentos indesejados pelo casal.

A atitude de oposição e aversão também costuma ser encontrada em homens que se aborrecem com o sucesso da mulher, ridicularizada e colocando qualquer defeito em tudo que ela faça. Esses agressores estão sempre a justificar as atitudes de oposição como se fossem totalmente irrelevantes, como se estivessem corretos, fossem inevitáveis ou não fossem intencionais. Entretanto, sabendo que são perfeitamente conhecidas as preferências e estilos de vida dos demais, atitudes irrelevantes e aparentemente inofensivas podem estar sendo propositadamente agressivas.

(Fonte: A Redação)

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